"As cruzes não ficam eternamente ao alto"
Aguardo o chamamento dos pavões em surdina para me verter nos beirais
Então os olhos enxergarão mais fundo o desenho em que nenhuma recta é mais possível.
Nem um sinal da tempestade solar.
No bosque o tempo faz o seu trabalho
Os charcos pantanosos instáveis
Ao longe,
na vereda íngreme,
alcateias submergem dos seixos.
Esta terra não dá sonhos...
A violência dos elementos numa concavidade rochosa
Toda a matéria inerte punção.
A criança órfã olha atónita o médico astronauta
O gato cofia hipérboles financeiras
Os abutres multiplicam-se na combustão do medo
E o poeta é o farol que nos guarda com os olhos dos cegos.
Pedro M Loureiro 2014
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